JOVENS OUVIDOS EM 'POLÍTICA CIDADÃ' RECEBEM RESULTADO DE PESQUISA
Depois de ouvir dados do estudo, grupo conheceu iniciativas como Movimento por uma Nova Política
Carolina Stanisci
jornalista do IDS
(13/12/2011)
(13/12/2011)
"É desgastante falar de política. Você não é
estimulado a discutir", diz Felipe Rosenberg, de 20 anos, estudante de
Psicologia do Mackenzie. "Aqui no Brasil todo mundo reclama, reclama, e
ninguém faz nada", fala João Ishiguro, de 26 anos, formado em Engenharia
Ambiental. Os dois jovens foram entrevistados pelo instituto Ideafix num estudo
encomendado pelo "IDS – Política Cidadã – reflexões e caminhos". E
voltaram a se encontrar na última segunda-feira, 12, na Vila Madalena.
Diferentemente do que ocorre em geral, eles foram chamados para receber um
retorno de como suas entrevistas foram usadas no estudo. O processo de ouvir os
jovens e, depois, dar o retorno a eles, para depois ouvi-los de novo - a Escuta
Ativa - é "inaugurado" pelo IDS nesse reencontro.
Primeiro, o grupo assistiu à apresentação de Suzel Figueiredo, do Ideafix, sobre a pesquisa. Olhos atentos na tela, alguns abaixavam a cabeça concordando com o que ela falava. "Apesar de vocês serem diferentes entre si, sobre a cidade vocês falaram coisas parecidas", disse. Suzel contou que todos querem educação e saúde de boa qualidade universais e que todos estão em busca de uma "democracia mais democrática", com mais instâncias de decisão e conselhos locais.
"Quando a gente percebe a cidade ideal que
vocês apresentam, a gente vê que tem gente que já trabalha por isso",
disse ao grupo a secretária executiva do IDS, Alexandra Reschke. Em seguida, os
jovens foram apresentados a integrantes de iniciativas que já lutam por mais
democracia e sustentabilidade, como Movimento por uma Nova Política,
Transparência Hacker, Cidade Democrática, Ciclocidade, Garapa, Fora do Eixo e
Arte fora do Museu.
Há um clima de "boteco" no salão onde os jovens estão conversando com os representantes das iniciativas. Eles passam de mesa em mesa tentando absorver o que ouvem e veem. Alguns estão cansados. Vieram de longe. Pegaram ônibus, trens, metrô, fizeram baldeações. Fazem poucas perguntas, prestam muita atenção. Vão, aos poucos, observando o que aqueles outros jovens dizem sobre a construção de uma nova política, de uma nova cidade.
Há um clima de "boteco" no salão onde os jovens estão conversando com os representantes das iniciativas. Eles passam de mesa em mesa tentando absorver o que ouvem e veem. Alguns estão cansados. Vieram de longe. Pegaram ônibus, trens, metrô, fizeram baldeações. Fazem poucas perguntas, prestam muita atenção. Vão, aos poucos, observando o que aqueles outros jovens dizem sobre a construção de uma nova política, de uma nova cidade.
"Temos gente de vários partidos", disse
Marcela Moraes, do Movimento por uma Nova Política. Marcela explicou ao grupo
como o movimento está se articulando nacionalmente e suas ideias. Ela mesma não
gostava de partidos políticos, mas sempre adorou atuar politicamente em grêmios
na escola e na faculdade. A psicopedagoga Tais Albuquerque, de 23 anos, uma das
jovens que participaram da pesquisa, alertou para o seguinte: "Conviver
com a diferença é bom. Desde os dois trabalhem pela mudança".
João Ishiguro confessou não "se interessar por política", mas gostou de ouvir o papo do ativista Carlos Aranha, do Ciclocidade. A Associação dos Ciclistas Urbanos de São Paulo tem como objetivo pôr em pauta a mobilidade urbana e seu impacto na vida das pessoas em cidades como a capital paulista. Aranha fala da importância de bicicletários em estações de trem e acha que seu movimento já colheu vários frutos, como a criação de ciclofaixas, ciclofaixas de lazer e ciclorotas na cidade. Ele lembrou da polêmica em Moema, quando comerciantes reclamaram da ciclofaixa. "Apesar disso, o que tenho visto é evolução", diz Aranha.
João Ishiguro confessou não "se interessar por política", mas gostou de ouvir o papo do ativista Carlos Aranha, do Ciclocidade. A Associação dos Ciclistas Urbanos de São Paulo tem como objetivo pôr em pauta a mobilidade urbana e seu impacto na vida das pessoas em cidades como a capital paulista. Aranha fala da importância de bicicletários em estações de trem e acha que seu movimento já colheu vários frutos, como a criação de ciclofaixas, ciclofaixas de lazer e ciclorotas na cidade. Ele lembrou da polêmica em Moema, quando comerciantes reclamaram da ciclofaixa. "Apesar disso, o que tenho visto é evolução", diz Aranha.
PREFEITO DE VOCÊ MESMO. Outro grupo conversa com
Daniela B. Silva, de 25 anos, do Transparência Hacker. "A gente tem que
usar o poder público estrategicamente", explica Daniela ao grupo. E cita
um exemplo: quando a lei de acesso à informação estava sendo discutida no
Congresso, o deputado Paulo Teixeira (PT-SP) procurou o Transparência. O arquivo
foi compartilhado pelos integrantes do grupo. E todos deram sugestões.
"Quando que eu iria imaginar isso? Não sou jurista nem política e tem
trechos inteiros de minha autoria na lei."
"A nova política tem pouco a ver com o fora e mais com o dentro", diz Rodrigo Bandeira, do Cidade Democrática. Como assim? "É olhar para dentro e dizer: o que me move? Não me move falar mal de político, não me move reclamar do trânsito, não me move fazer audiência pública. É você olhar para dentro e ver o que te move. Seja o prefeito de você mesmo", explica.
"A nova política tem pouco a ver com o fora e mais com o dentro", diz Rodrigo Bandeira, do Cidade Democrática. Como assim? "É olhar para dentro e dizer: o que me move? Não me move falar mal de político, não me move reclamar do trânsito, não me move fazer audiência pública. É você olhar para dentro e ver o que te move. Seja o prefeito de você mesmo", explica.
Fonte: IDS
(texto e fotos)
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