“A CARTOMANTE”, DE MACHADO DE ASSIS, SEGUNDO UM OLHAR DA PSICOLOGIA DA PERCEPÇÃO


"A Cartomante", de Machado de Assis, segundo um olhar da Psicologia da Percepção

 
Escrito por:
Felipe Rosenberg
Ricardo Tacini Ibañes




Fonte imagem: World In My Bag 

 
Introdução

 
O nosso trabalho aborda o conto "A Cartomante", de Machado de Assis, com olhar da Psicologia da Percepção.

 
Cartomantes utilizam-se das cartas do Tarot para fazerem o papel de adivinhos, intérpretes e conselheiros. Assim, influenciam as pessoas que os procuram, dando conforto, exortação, direção, expectativas para o futuro e informações para tomadas de decisão. Muitos baseiam suas escolhas nas adivinhações e orientações de cartomantes, confiando seu futuro nessas predições.

 
O quanto você pode confiar sua vida numa pessoa que diz prever o futuro? Podemos acreditar numa cartomante?

 
Em psicologia, percepção é a função cerebral que atribui significado a estímulos sensoriais, a partir de experiências anteriores. Através da percepção, um indivíduo organiza e interpreta as suas impressões sensoriais para atribuir significado ao seu meio. Consiste na aquisição, interpretação, seleção e organização das informações obtidas pelos sentidos. Do ponto de vista psicológico, a percepção envolve os processos mentais, a memória e outros aspectos que podem influenciar na interpretação dos dados percebidos.

 
Vamos demonstrar que no conto de Machado de Assis, encontramos várias evidências que, lidas pelo olhar da Psicologia da Percepção, a cartomante faz leituras para suas previsões a partir das expressões corporais de seus clientes.

Desenvolvimento

 
No conto "A Cartomante", tanto Rita, quanto Camilo demonstram seus conflitos internos em seus comportamentos, permitindo com que a Cartomante faça uma leitura de seus anseios através dos estímulos que eles geraram.

 
Rita afirma:
"[...] ela adivinhou o motivo da consulta, antes mesmo que eu lhe dissesse o que era. [...] disse-me: "A senhora gosta de uma pessoa..."

 
Quando olhamos para o encontro de Camilo com a Cartomante, identificamos diversas evidências de que ele ofereceu para ela estímulos que aguçaram sua percepção para fazer prognósticos para o rapaz, apesar de falsos.

 
Quando Camilo recebeu o bilhete de Vilela ficou aflito e sua imaginação levou-o a visualizar um drama que aflorou profundos sentimentos de medo, angústia e ansiedade. Vejam as descrições de Machado de Assis:
"Camilo estremeceu, tinha medo [...]"; "[...] a idéia de estarem descobertos parecia-lhe cada vez mais verossímil [...]; "Camilo ia andando inquieto e nervoso."; "A comoção crescia de minuto a minuto. Tanto imaginou o que se iria passar, que chegou a crê-lo e vê-lo. Positivamente, tinha medo."; "[...] trote do cavalo veio agravar-lhe a comoção." [...] via as contorções do drama e tremia."

 
Notamos nessas descrições que Camilo estava profundamente aflito e angustiado. Quando chegou na casa da Cartomante, lemos:
"Trepou e bateu. [...] ele tornou a bater uma, duas, três pancadas.", demonstrando sua extrema comoção e ansiedade.

 
No texto, podemos inferir que a Cartomante estava atenta às percepções, tanto que enquanto baralhava as cartas, olhava para ele. Assim, ela afirma: "O senhor tem um grande susto..." e faz as predições quanto ao futuro de Camilo, dizendo-lhe "[...] que não tivesse medo de nada. O pobre rapaz segue seu caminho aliviado, mas sem imaginar que veria pela última vez o lugar "[...] onde a água e o céu dão um abraço infinito, [...]".

 
Conclusão

 
Definitivamente, as evidências são contundentes, através das demonstrações de estímulos sensoriais que cada indivíduo gera, em suas atitudes, comportamentos e expressões corporais.

 
Ela aproveita das percepções para falar o que a pessoa quer ouvir.

 
Conforme a leitura de "A Cartomante", com olhar da Psicologia da Percepção, não podemos confiar numa cartomante.

 
Como vimos nos casos de Rita e Camilo, não preveem o futuro, utilizam-se de vários artifícios para se autopromover, em especial o fato de destruir seu prestígio de charlatã em meio a um ambiente mal cuidado e aparência desastrosa. Utilizam das cartas como meio distrair o cliente, enquanto vagamente interpretam seus dados. Adquirem segurança e informações sigilosas ao parecer sábia e dona do destino ao fazerem perguntas e afirmações, frases de efeito e metáforas que iludem e fascinam ao descrever como é e como será a vida do cliente por diante. Dando no final da sessão um conforto psicológico, mas nada mais, pois a história mostrará a farsa enquanto menos se espera.

 
Diante de tais argumentos podemos afirmar: Para Machado de Assis, a cartomante é uma trapaceira, que diz o que é conveniente e não a previsão que tanto se espera.


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Comentários

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